O Mercado Municipal de Peixe de Cabo Frio foi ponto de encontro, na tarde desta segunda-feira (26), de um curso direcionado a comerciantes de peixarias do município sobre boas práticas na manipulação de alimentos, higiene no ambiente de trabalho e regras de segurança para trabalhadores e clientes. Cerca de 40 representantes de estabelecimentos comerciais do setor de pescado estiveram presentes na capacitação promovida pela Secretaria de Saúde, por meio da Vigilância Sanitária, em parceria com a Secretaria de Agricultura e Pesca.
O curso foi dividido em dois momentos: uma parte teórica e outra prática. Na primeira etapa, os presentes receberam orientações importantes sobre limpeza do ambiente e uso de produtos químicos seguros e certificados; conservação e degelo dos alimentos; riscos e perigos de contaminação dos alimentos e dos trabalhadores devido ao uso de roupas inadequadas; além da contribuição do descarte correto e da atenção ao desperdício de alimentos – por meio do corte correto do peixe, por exemplo –, para a preservação ambiental, já que essas ações geram menor volume de lixo.
Expositora do curso, a nutricionista do setor de Vigilância Sanitária, Ingrid de Sá, reforçou que manter o estabelecimento dentro das normas de higiene e segurança é um fator fundamental para a expansão do próprio negócio:
“Quando um cliente entra no estabelecimento, ele observa, essencialmente, três pontos para permanecer ali ou ir embora: o manipulador, ou seja, quem mexe no alimento; o ambiente em que o alimento está; e o estado daquele alimento. Se ele observa que existe algum risco nessas três situações, ele deixa de comprar. E lembrando que manipulador é toda pessoa que tem contato com os alimentos, direta ou indiretamente, mas que trabalha naquele mesmo estabelecimento”, explicou.
Na segunda parte do curso, os presentes participaram de uma dinâmica em que aprenderam, na prática, a forma correta de lavar as mãos — uma etapa que, segundo a enfermeira e superintendente da Vigilância Sanitária, Kelly de Araújo Silva, não pode ser negligenciada, em prol da saúde do próprio trabalhador.
“Tocamos no rosto, involuntariamente, cerca de 23 vezes por hora. Quando não lavamos as mãos seguindo os protocolos de segurança, acabamos nos contaminando com micro-organismos nocivos que ficam embaixo das unhas, por exemplo”, explicou.
Após a capacitação, as próximas etapas do trabalho de inspeção e ordenamento do setor são a fiscalização e, após notificações e ajustes, se forem necessários, a implementação de um selo de qualidade para as bancas que estiverem de acordo com as exigências da Vigilância Sanitária, assegurando ao cliente quais estabelecimentos oferecem segurança para o consumo.
“Esse primeiro momento tem um caráter não apenas fiscalizatório, mas, principalmente, educativo — especialmente para algumas profissões que são passadas de pai para filho, como é o caso do setor pesqueiro. Ficamos muito felizes com a adesão de tantos comerciantes, pois, para funcionar sob normas de fiscalização e regulação legais, é preciso saber limpar, manipular e descartar o alimento da forma correta, sem desprezar nenhuma etapa”, reforçou a superintendente.